Um pouco por todo o Algarve, ainda há artesãos que produzem mantas, passadeiras, toalhas, linhos finos e tapetes, com técnicas e materiais tradicionais. A empreita de palma, outrora uma atividade com bastante peso no orçamento de muitas famílias, por estar ligada às necessidades do trabalho dos campos, hoje perdeu alguma da sua importância utilitária, mas adquiriu qualidades ornamentais que tornam os objetos encantadores e, por isso, muito procurados.
O mesmo aconteceu com a olaria e a cerâmica, a azulejaria, as peças em madeira, cobre e ferro forjado e as magníficas rendas decorativas, tendo os seus usos utilitários sido transferidos para valores decorativos. Os artesãos do Algarve produzem peças únicas, numa tradição longamente enraizada.
Reconhecendo a qualidade artística do artesanato do Algarve e as potencialidades dos materiais tradicionais, o projeto “Técnicas Ancestrais, Soluções Atuais” (TASA) tem vindo a resgatar os saberes da cultura tradicional, através da inovação no desenho e das utilizações inesperadas de materiais. Do trabalho de uma nova geração de artesãos, que perpetuam a tradição, resultam peças com uma linguagem mais contemporânea que, no entanto, faz voltar o artesanato à sua função de sempre: criar objetos belos e úteis, para os dias de hoje. Candeeiros e berços feitos de cortiça, clips de cana, malas de empreita com bolsos interiores, bolsas de telemóvel tecidas são exemplos (alguns premiados) deste novo talento nas artes tradicionais algarvias.
O artesanato é como um fio condutor que nos liga ao início da nossa história e que passamos às gerações seguintes. Conhecer o artesanato do Algarve é descobrir o seu passado, sentir as suas tradições e costumes, e contactar com os seus valores ancestrais onde se cruzaram muitos povos e influências. Leve consigo estes verdadeiros objetos de arte e testemunhos de tradição e inovação.