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Folclore

O corridinho, o baile de roda e o baile mandado obedecem ao mandador, que dirige a dança, a pares. A origem destas danças, outrora de cariz popular, e hoje bailadas por grupos etnográficos e ranchos folclóricos, remonta às danças palacianas, recriadas e adaptadas nos bailes populares de fim de semana.

O acordeão, um instrumento fundamental nas danças tradicionais algarvias, chegou à região nos finais do século XIX e rapidamente se popularizou, enriquecendo os repertórios locais. Os tocadores reinventaram e juntaram melodias e ritmos de polcas e mazurcas aos velhos bailes de roda, dando origem à riqueza rítmica e harmónica dos ranchos folclóricos algarvios, que na sua dança incorporam influências de vários povos com quem se foram cruzando.

No Algarve, o Natal tem tradição de cunho religioso e comunitário, com belas canções de homenagem ao Deus-menino, principalmente na Serra do Caldeirão. As charolas, grupos que nas noites de Natal, Ano Novo e Reis cantam à porta das casas quadras alusivas à época, usam instrumentos populares que ilustram a alegria e o poder de improvisação do povo. Os moradores respondem com aplausos, seguidos pela oferta de iguarias e de uma boa aguardente de medronho. No caso de não contribuírem de forma generosa, os charoleiros vingam-se com quadras jocosas, as “chacotas”. As charolas espontâneas já quase desapareceram, embora haja grupos etnográficos que tentam manter viva esta tradição típica do sotavento algarvio.

Também as canções tradicionais de trabalho, como o “leva-leva”, com que os pescadores marcavam o ritmo da recolha das redes, ou as cantigas da ceifa, no campo, se encontram praticamente em desuso. O mesmo acontece com as canções de embalar e os romances, que podem ser lentos ou vivos como marchas. Atualmente, a tradição vive nas vozes e nos dedos de grupos de cantares tradicionais, que recolhem e apresentam ao público este acervo inestimável.