No promontório Sacrum, os marinheiros faziam promessas, antes de embarcarem mar adentro. Sagres foi local de culto desde o Neolítico e é, ainda hoje, zona de cruzamento de rotas entre o mar Mediterrâneo e o oceano Atlântico.
A Fortaleza ergue-se estrategicamente no promontório de Sagres para controlo da navegação, e a sua fundação (século XV) está associada ao infante D. Henrique. A primitiva muralha henriquina, arruinada pelo terramoto de 1755, foi reconstruída em 1793. No seu interior mantém-se a enigmática rosa-dos-ventos desenhada no chão, a muralha corta-ventos de falsas ameias, e a Capela da Senhora da Graça, construída sobre as ruínas da Igreja de Santa Maria, erigida pelo infante D. Henrique, o Navegador.
Os testemunhos dos Descobrimentos reforçam a aura de mistério e a carga mítica de todas as histórias e lendas sobre a aventura marítima, projetando até hoje a gesta dos navegadores.
À distância de um olhar fica o cabo de São Vicente, ponto de referência nas cartas náuticas pelo farol que originalmente os frades acendiam na torre do convento, para segurança dos navios.
A riqueza do património é reforçada pela imponente beleza natural do litoral de arribas agrestes, que o vento e o mar moldaram. O promontório de Sagres integra o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, sobressaindo o grande número de aves que aqui nidificam ou arribam nas suas migrações, para felicidade de quem os observa.
Uma visita ao mítico promontório será ainda mais mágica por o recinto da Fortaleza de Sagres ser palco regular de espetáculos de teatro, recitais de poesia, concertos de música erudita e popular e performances de várias artes. A Direção Regional de Cultura do Algarve leva aos monumentos da região uma programação cultural que une o património imóvel ao património imaterial da criação artística.
O Algarve das Descobertas espera por si.